I apologize in advance for posting in Portuguese but, being Portuguese and all, sometimes i just have to. I might translate the post if people like it :)

Desde que nascemos até ao dia em que morremos somos constante e progressivamente formatados ao ambiente que nos rodeia. É muito fácil apercebermo-nos disso, por exemplo, na forma como os nossos pais nos dizem que "tens de fazer isto assim porque é assim que se faz" ou durante toda a vida académica em que "as empresas funcionam assim" e "esse trabalho é feito dessa forma", ou uma das minhas favoritas "olha para os outros meninos, eles não fazem isso". Os exemplos estão em todo o lado.

Facto é que o ser humano é um animal cheio de medo. E é na tentativa de o manter mais ou menos controlado que organiza e formata as suas metodologias de vida e trabalho de uma forma repetitiva e sistemática. Enquanto humanos [temos medo de perder](http://en.wikipedia.org/wiki/Loss_aversion) seja o que for e como arriscar algo diferente pode levar a perdermos qualquer coisa, então a tendência é não o fazer. Machiavelli disse um dia "there is nothing more difficult to take in hand, more perilous to conduct, or more uncertain in its success, than to take the lead in the introduction of a new order of things". E, de facto, a inovação aos olhos dos comuns mortais é assustadora pelo risco que comporta.

Mas felizmente existem pessoas que fogem à regra. Os "doidos", "malucos", os inconformados com a situação actual que arriscam fazer e pensar de forma diferente. Pessoas como o falecido [Steve Jobs](https://en.wikipedia.org/wiki/Steve_Jobs), fundador da [Apple](https://en.wikipedia.org/wiki/Apple_Inc.), empresa que nos trouxe aparelhos como os iPads, iPods, iPhones, etc., sem os quais muita gente hoje em dia já não consegue viver e que revolucionou (e revitalizou) a indústria da música. Pessoas como os [irmãos Wright](https://en.wikipedia.org/wiki/Wright_brothers), que acreditaram piamente que o vôo humano de longa distância seria um dia possível e que, directa ou indirectamente, influenciaram a existência de desportos como o vôo em [Wingsuit](https://en.wikipedia.org/wiki/Wingsuit). Pessoas como o praticamente desconhecido [Jerome Hal Lemelson](https://en.wikipedia.org/wiki/Jerome_H._Lemelson), que inventou coisas como a camcorder, armazéns automatizados, as cassetes de fita magnética que eram usadas nos reprodutores de áudio de antigamente (sim crianças, antes dos iPods e dos CDs havia música em fita magnética), bem como o registo de muitas patentes em instrumentação médica, e electrónica de consumo. E, finalmente, pessoas como o [Nikola Tesla](https://en.wikipedia.org/wiki/Tesla), cujas invenções e descobertas ainda hoje inspiram [empreendedores](https://en.wikipedia.org/wiki/Elon_Musk) a tentarem chegar mais longe.

O que me mais me espanta em nós, Humanidade, relativamente a este tema é que com tantos exemplos de onde retirar inspiração, mantemo-nos a viver na nossa formatação, na nossa ideia do "se os outros fazem assim, então é assim que se faz" que mantem o mundo a girar, mas que nada faz pelo nosso avanço mental ou tecnológico. E é tão fácil fazer a experiência para nos apercebermos do quão agarradas ao "Status Quo" a maior parte das pessoas estão: Basta, por exemplo, um dia vestir-nos de uma forma completamente diferente, ou fazer uma tatuagem mais ousada, ou cortar o cabelo de uma forma mais "excêntrica". Gestos tão insignificantes mas, ao mesmo tempo, tão poderosos na forma como evidenciam o medo intrínseco do desconhecido, do "pensar diferente".

E tu, o que fizeste de diferente hoje? ;)